Carta ao Amigo mal compreendido

segunda-feira, 29 de março de 2010



O homem de fé se faz errante. Vaga. Vago. Mas completo, repleto, feito do todo. És tu, homem de fé, a solução para a paz no mundo. Um caminho para o amanhã. Tú, homem de fé, sofre perseguições. Te matam, por ti morrem, para ti gritam blasfêmias, por ti distribuem belas palavras. Tão amado, tão mal compreendido, tão pouco conhecido, tão esperado. Injustiçado. Falam de ti pelas costas acreditando falarem por ti. Sorriem sorrisos largos com peitos estufados de soberba ao falarem de ti. Acreditam em ti, mas pecam, homem de fé, dizendo coisas vagas em teu nome. Vã filosofia a do homem comum, sedento por paz, amor, pelo colo eterno nos braços do Pai celeste. És tu, homem de fé, a massa do pão da terra, mas fazem de ti couro de boi. Te açoitam. Te alvejam com tiras de ódio, com chicotes de palavras mal ditas. Luas vem e vão e aqui perpetuam aquilo que tu não querias. Muitos deles te carregam no peito, mas como estampa nas camisas, nunca como marca do coração. Amanhece o dia e estão a gritar por você. Não há dia nessas terras que passam sem te clamar, sem te incomodar em tua eterna meditação. Caro amigo (me perdoe a intimidade!), és pra mim mais que motivos de belas frases ou discursos, mais que motivo de rodas de discussões e guerras, mais que instrumento de imposições ou discórdias. És O salvador, O elemento primeiro, A obra em sua essência, és o tudo resumido, mas não detalhado. Entendo-te plenamente. Quisera eu que todos o entendessem Daí, amigo, te clamo com intimidade e te digo: faça em mim tua vontade, pois sou de ti teu servo, que roga a ti como o filho de Deus, que busca com a humildade do orvalho em busca do chão ao desprender-se da folha. És meu mestre, meu amigo. És Jesus, e teu nome é meu escudo, e nada mais, pois isso é tudo.

Pedro GuiSaX

domingo, 28 de março de 2010


Verão

Lá fora está frio, mas confio em que o verão irá chegar! O tempo está mudando, mas continua a passar por diante de meus olhos, segundo por segundo, dia por dia, lembrança por lembrança. O tempo sempre há de passar! Nós sempre iremos passar! Tudo passa enquanto carne. Tudo permanece enquanto espírito, enquanto lembranças, enquanto alvo e parte de um sentimento! Posso estar triste. Posso estar aquém do que devo ser de fato. Mas sei que o verão irá chegar! Posso estar perdendo tempo nessa luta contra meus sentimentos, mas hei de vencer a mim mesmo, pois sou melhor que isso e sei que o verão irá chegar! Por mais que me desespere, por mais que as coisas não estejam na forma que (para mim) deveriam estar, aqui permaneço! Sob a chuva torrencial que se me apresenta nesses dias, sei que o verão irá chegar. Sei que está mais próximo a cada dia o reencontro e nesse momento terá início minha primavera. Sou contigo algo melhor! Sou em mim algo que espero ainda ser, mas ainda não o sou - mas serei! Pois já disse e repito para que eu ouça, guarde bem isso coração: o verão irá chegar! E, juntos, eu e meu passado de lágrimas nos tornaremos uma terra fértil e benta de luz, pois consigo o verão traz a paz e comigo ela há de permanecer! Chega de lágrimas por hoje. Chega de lágrimas para o amanhã. Permaneço para todo o sempre nesse mar de paz, pois a partir de agora sei e sinto que o verão chegou.


Pedro Guisax

A Justiça foi feita!!!! ou A Justiça foi feita???

sábado, 27 de março de 2010


A justiça foi feita!!! Com essa frase Ana Carolina Oliveira encerrou toda a novela feita em torno do assassinato de sua filha Isabella Nardoni. Mas será que de fato a justiça foi feita?

Alexandre Nardoni, pai e assassino de Isabella foi condenado a pouco mais de 31 anos de prisão e Ana Carolina Jatobá, madrasta e assassina de Isabella, foi condenada a 26 anos de prisão em um exaustivo e por que não dizer já definido Júri Popular.

Para a mídia e a para a grande massa popular a justiça foi feita, afinal o casal Nardoni teve suas penas relativamente altas. Entretanto cabe analisar que o nosso ordenamento jurídico penal apresenta até hoje pequenas falhas que causam grandes estragos à justiça brasileira como por exemplo esse caso dos Nardonis. Alexandre e Ana Carolina Jatobá trabalham em seus respectivos presídios o que acarreta em 1 dia a menos de pena para cada 3 dias trabalhados, além disso, com 2/5 da pena cumprida, eles podem, cada um ao seu tempo, passar para o regime semi-aberto. Eles já cumpriram quase 2 anos em prisão e com isso, Ana Carolina Jatobá daqui a 8 anos poderá passar ao regime semi-aberto e Alexandre Nardoni daqui a 10 anos também poderá ter seu regime progredido para o semi-aberto.

Assim gostaria de perguntar a Sra. Ana Carolina Oliveira: A JUSTIÇA FOI REALMENTE FEITA???

Pergunto isso, pois daqui a 10 anos talvez ela venha a encontrar em alguma rua da cidade de São Paulo o assassino de sua filha. Será que isso é de fato a Justiça?

Enquanto em nosso país tiver leis penais que trazem essas terríveis “falhas” a Justiça custará a ser feita, pois ainda temos um Código Penal ultrapassado, pois ainda não se adequou ao grande aumento da criminalidade no Brasil e com isso dificultando o verdadeiro sentido da palavra JUSTIÇA.

(Rafael Vitoreti)

Carta do Chefe Seattle ao Presidente dos Estados Unidos da América em 1854

sexta-feira, 26 de março de 2010

Em 1854, "O Grande Chefe Branco" em Washington fez uma oferta por uma grande área de território indígena e prometeu uma "reserva" para os índios.

A resposta do Chefe Seattle, aqui reproduzida na íntegra, tem sido considerada uma das declarações mais belas e profundas já feitas sobre o meio-ambiente:

“Como você pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia é estranha para nós.
Se nós não somos donos da frescura do ar e do brilho da água, como você pode comprá-los?
Cada parte da Terra é sagrada para o meu povo.

Cada pinha brilhante, cada praia de areia, cada névoa
nas florestas escuras, cada inseto transparente, zumbindo,
é sagrado na memória e na experiência de meu povo.

A energia que flui pelas árvores traz consigo a memória
e a experiência do meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo as memórias
do homem vermelho.

Os mortos do homem branco se esquecem da sua pátria quando
vão caminhar entre as estrelas.
Nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra,
pois ela é a mãe do homem vermelho.
Somos parte da Terra e ela é parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs, os cervos, o cavalo,
a grande águia, estes são nossos irmãos.
Os picos rochosos, as seivas nas campinas, o calor do corpo do pônei,
e o homem, todos pertencem à mesma família.

Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que

quer comprar nossa terra, ele pede muito de nós.
O Grande Chefe manda dizer que reservará para nós um lugar
onde poderemos viver confortavelmente.
Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos.
Então vamos considerar sua oferta de comprar a terra.
Mas não vai ser fácil.
Pois esta terra é sagrada para nós.

A água brilhante que se move nos riachos e rios não é
simplesmente água, mas o sangue de nossos ancestrais.
Se vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de que
ela é o sangue sagrado de nossos ancestrais.
Se nós vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de que
ela é sagrada, e vocês devem ensinar a seus filhos que ela é sagrada
e que cada reflexo do além na água clara dos lagos fala de coisas
da vida de meu povo.
O murmúrio da água é a voz do pai de meu pai.

Os rios nossos irmãos saciam nossa sede.
Os rios levam nossas canoas e alimentam nossas crianças.
Se vendermos nossa terra para vocês, vocês devem lembrar-se de
ensinar a seus filhos que os rios são irmãos nossos, e de vocês,
e consequentemente vocês devem ter para com os rios o mesmo
carinho que têm para com seus irmãos.
Nós sabemos que o homem branco não entende nossas maneiras.
Para ele um pedaço de terra é igual ao outro, pois ele é um estranho
que chega à noite e tira da terra tudo o que precisa.
A Terra não é seu irmão, mas seu inimigo e quando ele o vence,
segue em frente.
Ele deixa para trás os túmulos de seus pais, e não se importa.
Ele seqüestra a Terra de seus filhos, e não se importa.

O túmulo de seu pai, e o direito de primogenitura de seus filhos
são esquecidos.
Ele ameaça sua mãe, a Terra, e seu irmão, do mesmo modo, como
coisas que comprou, roubou, vendeu como carneiros ou contas brilhantes.
Seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si apenas um deserto.
Não sei.
Nossas maneiras são diferentes das suas.
A visão de suas cidades aflige os olhos do homem vermelho.
Mas talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não entende.

Não existe lugar tranqüilo nas cidades do homem branco.
Não há onde se possa escutar o abrir das folhas na primavera, ou
o ruído das asas de um inseto.
Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não entendo.
A confusão parece servir apenas para insultar os ouvidos.
E o que é a vida se um homem não pode ouvir o choro solitário
de um curiango ou as conversas dos sapos, à noite, em volta de uma lagoa.
Sou um homem vermelho e não entendo.

O índio prefere o som macio do vento lançando-se sobre a face do lago, e
o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva de meio-dia, ou
perfumado pelos pinheiros.

O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas
compartilham o mesmo hálito – a fera, a árvore, o homem,
todos compartilham o mesmo hálito.
O homem branco parece não perceber o ar que respira.
Como um moribundo há dias esperando a morte,
ele é insensível ao mau cheiro.

Mas se vendermos nossa terra, vocês devem se lembrar de que o ar
é precioso para nós, que o ar compartilha seus espíritos
com toda a vida que ele sustenta.

Mas se vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la separada e sagrada,
como um lugar onde mesmo o homem branco pode ir para sentir o vento
que é adoçado pelas flores da campina.

Assim, vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra.
Se resolvermos aceitar, eu imporei uma condição – o homem branco
deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

Sou um selvagem e não entendo de outra forma.
Vi mil búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo
homem branco que os matou da janela de um trem que passava.

Sou um selvagem e não entendo como o cavalo de ferro que fuma
pode se tornar mais importante que o búfalo, que nós só matamos
para ficarmos vivos.

O que é o homem sem os animais?
Se todos os animais acabassem, o homem morreria
de uma grande solidão do espírito.
Pois tudo o que acontece aos animais, logo acontece ao homem.
Todas as coisas estão ligadas.

Vocês devem ensinar a seus filhos que o chão sob seus pés
é as cinzas de nossos avós.
Para que eles respeitem a terra, digam a seus filhos que a Terra
é rica com as vidas de nossos parentes.
Ensinem as seus filhos o que ensinamos aos nossos,
que a Terra é nossa mãe.
Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra.
Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos.

Isto nós sabemos – a Terra não pertence ao homem –
o homem pertence à Terra.
Isto nós sabemos.
Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família.
Todas as coisas estão ligadas.

Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra.
O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela.
O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.

Mesmo o homem branco, cujo Deus anda e fala com ele como de
amigo para amigo, não pode ficar isento do destino comum.

Podemos ser irmãos, afinal de contas.
Veremos.
De uma coisa nós sabemos, que o homem branco pode um dia
descobrir – nosso Deus é o mesmo Deus.
Vocês podem pensar agora que vocês O possuem como desejam
possuir nossa terra, mas vocês não podem fazê-lo.
Ele é Deus do homem, e Sua compaixão é igual tanto para com
o homem vermelho quanto para com o branco.
A Terra é preciosa para Ele, e danificar a Terra é acumular desprezo
por seu criador.
Os brancos também passarão, talvez antes de todas as outras tribos.

Mas em seu desaparecimento vocês brilharão com intensidade,
queimados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e para algum
propósito especial lhes deu domínio sobre esta terra
e sobre o homem vermelho.
Esse destino é um mistério para nós, pois não entendemos quando os
búfalos são mortos, os cavalos selvagens são domados, os recantos
secretos da floresta carregados pelo cheiro de muitos homens, e a vista
das montanhas maduras manchadas por fios que falam.

Onde está o bosque?
Acabou.
Onde está a águia?
Acabou.
O fim dos vivos e o começo da sobrevivência.”

(Rafael Vitoreti)

Mãe Terra!!

O tempo não espera por ninguém
É o que eles dizem
Ele continua para sempre

As lágrimas de dor
Eu vejo em seus olhos
Como podemos mudar para o melhor?

Ódio e ambição
Ficam mais fortes a cada dia
A injustiça governa o mundo
Matando os pulmões da terra
O quão longe estamos preparados para ir?

Eu vi a luz
Ela entrou em minha vida
Não há uma segunda chance
Nós deveríamos já ter aprendido
Mas não é tarde demais para mudar o curso
Há muito mais que isso
Mãe Gaia (Mãe Terra)

Você pode ver, você pode sentir?
Toda a beleza que nós temos neste mundo?
Há tanto para ver, para sempre
Ignorância, arrogância
Nos impedem de sermos nós mesmo
Então apenas seguimos nossos líderes





Por que?



(Rafael Vitoreti)

Homem Aquém

quarta-feira, 24 de março de 2010

Tua galhardia não é mais que sua covardia disfarçada

Homem, pareces criança! Largue essa fantasia de menino, avança!

Não luta pelos objetivos que a ti Deus confiou?

Se dizes que não os tem, te digo: blasfemou.

E blasfêmia, talvez não saibas, é a defesa do incapaz

que maldiz o que é verdade e fecha os olhos para o que não faz.

Que finge ser alguém que não o é, se passando por homem de bem.

Tenta parecer melhor que os outros, mas, no fundo, se vê aquém

Aquém do que sonhava, aquém do que tenta se ver;

Aquém daquilo que se acreditava, aquém do que esperava ser.

Homem-menino, de falsas atitudes,

Vive a espera de milagres ou de alguém que o ajude.

Mas não pede ajuda - pensa que não precisa.

Vive em sua mente confusa, incorreta, imprecisa.

A sonhar com a realidade de seu mundo,

Um mundo distante que pensa habitar

Quem sabe um dia perceba que sua vida é aqui, não lá!

Amou? Quem sabe? Não sei.

Apenas espero ver um dia que esse menino cresceu, tornou-se rei,

Rei, não de um reino, mas de si mesmo.

Que ele viva sendo o monarca desse reinado.

Que tua rainha seja tua alma e tuas ações teu legado

Confiança em teu cajado, menino!

Assim deixará de ser sua vítima e por si mesmo dominado.

E seguirá sua vida sorrindo

para enfim sentir-se amado.


Pedro Guisax

Ás da Paz


Sou o cão voraz que persegue a presa

E tenho por presa a paz

Faço isso com a certeza

Que encontrarei aquilo que me apraz

Sou pedra ao vento nesse intento

Sou ás nessa caça

Não abro mão!

Faço de mim o máximo,

Busco tudo de coração

Aberto e às migalhas

Pelas lágrimas que já perdi

Mas trago comigo a certeza

Que essa viagem para a qual parti

É, sim, minha trajetória

De vida e de glória

De paz ao final da jornada

Pois na vida só busco essa paz

Mais nada.


Pedro Guisax

Meu lugar


Na luz do dia, me vi acordado

Longe de tudo o que me rodeava

Perto de algo que ainda não havia notado.

Era a imensidão, o infinito.

Aquilo que buscava não era mais que parte do que, enfim, encontrei.

Paz? É aqui!

Amor? Nem te digo.

Está em toda parte, basta olhar. Vê?

Plenitude perfeita.

Tudo que sempre sonhei,

Mais um passo à frente e, talvez, não valha mais tanto a pena.

Sim, a plenitude.

É isso, já basta. Me freio, é aqui o meu lugar.

Estou de volta à minha casa!


Pedro Guisax

A relação médico-(mídia)-paciente


Houve uma época em que médicos e pacientes viviam em completa harmonia. Médicos eram bem quistos pela sociedade, que os retribuíam com convites para festas de aniversário, para o lanche da tarde junta às famílias de seus pacientes, recebiam gratificações como galinhas, frutas, grãos de certas colheitas numa forma de pagamento que mais tinham de manifestação de afetividade que de outros interesses. Eles, os médicos, nada exigiam dos pacientes além da oportunidade de exercerem a medicina plena. Nada exigiam, os pacientes e familiares, dos médicos além da atenção despendida e do esforço para a cura das doenças que mitigavam a saúde daqueles enfermos. Essa época deve ter sido boa! Hoje sobram, segundo os otimistas, algumas dessas manifestações em áreas longínquas pelo interior de nosso país, talvez. Alguns médicos, segundo esses, ainda trabalhariam apenas pela oportunidade de servirem à medicina. Alguns pacientes ainda não esperariam nada além do esforço e atenção do ‘’doutor’’. Mas, com o advento da comunicação em mídia impressa, televisiva, ou outras quaisquer, essa história foi se perdendo. Interesses escusos passaram a se misturarem aos caminhos da relação médico-paciente. Médicos e pacientes se digladiam nos canais de televisão, uns acusando os outros, uns querendo mais e mais do outro, numa relação doentia de mercado, em quem todos querem ganhar algo em troca, que nunca deveria fazer parte do trabalho médico, mas infelizmente passou a fazer e a estigmatizá-lo.

Hoje, muitos têm medo dos médicos, outros têm raiva, outros inveja, poucos persistem na admiração e respeito – embora algumas pesquisas apontem para o contrário, mas ainda teimo em ser descrente quanto a isso. Muitos médicos não conseguem se dedicar adequadamente à medicina e, por conseguinte, aos seus pacientes – dizem uns ser devido à falta de tempo, excesso de pacientes, pelo sistema de saúde em pura calamidade. O que é fato, hajam pesquisas ou não sobre isso, médicos e pacientes se distanciaram e se distanciam cada vez mais. Não se ouve mais – ou ouve-se muito pouco - sobre médicos que visitam seus pacientes, que aceitam doações repletas de afeto (frutas, galinhas, presentes quaisquer) na forma de pagamento ao invés de dinheiro ou algo que o represente. O que nos distanciou de nossos pacientes? Algo há entre nós! Esse ‘’algo’’, creio eu, é explícito e faz parte de nosso cotidiano: a mídia. Somos, como médicos, alvos de repórteres inescrupulosos e sensacionalistas que querem apenas ver suas reportagens no ar - ‘’doa a quem doer’’, diria o jargão popular. A busca pelo ibope da mídia passou a andar na contramão da relação médico-paciente. Médicos são acusados de errar, como se errar fosse algo inconcebível, até mesmo desumano.

Reportagens em todos os horários, em todos os jornais, tentam denegrir a profissão médica. Tornam os médicos verdadeiros culpados perante a sociedade. Fazem nosso povo ver em nossa profissão um amontoado de homens e mulheres cheias de dinheiro e que querem apenas mais e mais dinheiro pelo atendimento aos enfermos. Daí, os antigos ‘’advogados de porta de cadeia’’ mudaram de endereço, habitando hoje nas portas dos hospitais à espreita, aguardando uma oportunidade de convencer um paciente de que a morte de algum ente querido tenha ocorrido por erro daquele que recebeu dinheiro para salvar o enfermo, merecendo, assim, ser processado e humilhado diante dos jornais. Não se importam em saber os motivos que levaram ao possível erro, o que estava por trás do óbito ou da seqüela de um paciente. Apenas é vista a oportunidade de culpa para o médico. Volta-se à idéia de que médicos não erram ou que não podem errar. Por vezes, penso: aonde iremos parar? Nossos pacientes se afastam de nós e passamos a aceitar de braços cruzados os noticiários da mídia que nos estigmatizam. Nada se fala dos médicos que estudam por seis anos, fazem em média mais 2 ou 3 anos de residência, totalizando um total de quase 10 anos de estudos para à dedicação mais competente aos seus pacientes. Não são lembrados os médicos que trabalham em plantões durante as madrugadas, que atendem de forma gratuita em instituições de caridade, ou que se dedicam a movimentos humanitários como os Médicos Sem Fronteira, por exemplo, para não citar outros. Nada falam dos médicos que ainda aceitam aqueles ‘’presentes’’ na forma de pagamento por seus atendimentos (Opa, sim, sou um daqueles otimistas! Creio, ou melhor, tenho certeza de que esses médicos existem).

Nada se faz pelos médicos que são acusados em rede nacional e depois prova-se sua inocência. Jornalistas podem acusar os erros dos outros. Juízes podem condenar médicos por seus erros, mas não deveríamos pensar que jornalistas também erram? Que juízes também erram? Sim, existem os erros dos jornalistas, os erros dos juízes, dentre os de outras profissões, não apenas os erros médicos. Todos erramos. Juízes condenam inocentes, inocentam culpados e vigaristas. Jornalistas se sujeitam a denegrir inocentes a fim de terem reportagens polêmicas que tragam ibope aos jornais. Todos somos corroídos pelo erro, em menor ou maior grau. Mas não se erra, creio eu, de forma consciente. Mas, não posso me enganar: todos erramos. Somos humanos e sempre seremos. Sejamos médicos, pacientes, jornalistas, juízes etc. Que nossos pacientes voltem a nos olhar com bons olhos mais que às reportagens sensacionalistas. Que nós, como médicos, sejamos cada vez melhores como profissionais – para nós mesmos e principalmente para os que estão enfermos. Que o jornais passem a respeitar os profissionais médicos e, atentem-se ao fato de que também existem os ‘’acertos médicos’’ – embora, na mentalidade desses jornalistas, esses ‘’acertos’’ não consigam aumentar o ibope.

Bom, para nossa sorte, ainda existem médicos que querem simplesmente exercer a prática médica e serem úteis aos seus pacientes. E, também para nossa sorte, nossa população tem percebido que os jornais são, sim, sensacionalistas. Um dos exemplos interessantes e recentes que temos seria o programa E24, que é visto num emissora de TV de grande porte de nosso país. Nesse programa todos conseguem perceber o quão difícil é ser médico num sistema de saúde em calamidade.

Sonhar que aqueles tempos de outrora onde havia completa harmonia entre médicos e pacientes deve ser prática diária de todos nós acadêmicos de medicina. Queiramos ou não, somos vítimas de críticas de jornalistas e de outros profissionais, mas, se estivermos sendo alvo dos elogios de nossos pacientes, isso já nos basta! Para eles (nossos pacientes) formamos, por eles trabalhamos, como eles morreremos. E que, enfim, aprendamos a aplicar a máxima: ‘’amar ao próximo como a ti mesmo’’. Assim, médicos e pacientes serão parte de um futuro harmonioso e duradouro.


Pedro Guisax

SOBRE O PENSAR


Às vezes, penso que pensar é ruim! Ora percebemos que tentam nos prejudicar. Ora que estão falando mal da gente pelas costas. Ora percebemos más intenções nas atitudes veladas dos outros. Pensar é ruim! Ora tornamo-nos mais retraídos com medo do que os outros pensarão de nós. Ora recuamos por esse mesmo medo. Ora pensamos que somos mais espertos que deveríamos ser – e aí nos decepcionamos conosco próprios. Somos falíveis! Somos humanos. Sapiens? Disseram que sim! Mas, pensar é, de fato, ruim! Ora percebemos que fomos aquém do que poderíamos. Ora percebemos que erramos de novo. Ora percebemos que mais esperamos que as coisas acontecessem do que nos mobilizamos por essas coisas acontecerem. Ora percebemos que somos um fracasso. Pensar, pasmem, é sempre ruim! Ora percebemos que falamos besteiras. Ora percebemos que não há mais formas de voltarmos no tempo para corrigir as falhas reveladas com o passar das horas, dias, anos. Ora olhamos para trás e pensamos: ‘’Ops! Eu fiz aquilo?’’. Ora percebemos que sempre somos criticados. Ora percebemos que poucos apóiam os acertos que conseguimos ao suor de nossas faces, mas são muitos os que ‘’cutucam’’ as feridas alheias. Sim, erramos! Sim, pensamos! De pensar, talvez falharemos outras vezes! De tanto pensar, falta-nos paz de espírito em alguns momentos. Pensar é ruim! Pensar é um erro? Pensar não deveria ser dessa forma. Os dias nascem belos sem que o sol precise de um cérebro. A noite cai majestosa sem nunca ter pensado nisso ou dado intenções ao fato. As flores são elogiadas por todos, por seus cheiros e cores, sem nunca terem tido sequer um lampejo de pensamento. Pensar é ruim! Mas será que o erro está no pensar ou no que fazemos dessa nossa capacidade? Serão os pensamentos mártires ou algozes de nossos avanços d’alma? Sim, pensamos. Pois, já disseram em algum lugar: ‘’não são as respostas que movem o mundo, mas sim as perguntas’’. Pensando criamos essas perguntas! Problematizamos, diriam alguns. Isso é avançar. Percebendo-nos fracos em progressos, mas ávidos por mudanças. Temos aí o primeiro passo para o sucesso. Pensemos nisso. Pensemos juntos. Pensemos sempre!


Pedro Guisax

Nacionalismo Brasileiro, uma questão de cidadania!!!

terça-feira, 23 de março de 2010

Outro dia rodando por estações de rádio da internet e me deparei com uma música que a muito não ouvia... Uma música que fala de uma força há muito esquecida pelos brasileiros, fala de um povo brasileiro que luta, que tem garra... Hoje acho que a musica se encontra esquecida, pelo menos eu tinha muitos anos que não ouvia ela, e esses muitos anos que digo são mais de 15anos.

Bom, seguindo por um pequeno raciocínio, vemos que nesses 15 anos (ou mais) que não ouço essa música, percebo uma drástica mudança no comportamento e na maneira de pensar dos brasileiros. Essa música que me refiro foi composta em 1986, lançada em 1987, ou seja, foi lançada na época de uma mudança, fim da ditadura, assembleia constituinte ia ser formada, em 1988 teríamos a nossa constituição. Alguns anos a frente, tivemos em 1992, o grande movimento dos "Caras-Pintadas" que praticamente "depuseram" um presidente, digo isso, pois na história temos que o Collor sofreu um Impeachment, mas bem sabemos pois apesar da pouca idade que tínhamos na época, que a grande pressão veio das ruas, dos estudantes, do POVO BRASILEIRO.

Nos dias de hoje, vemos que a nossa realidade é extremamente diferente desse nosso passado não tão distante, hoje vemos políticos colocando propinas em cuecas, meias etc. Vemos correndo solto mensalões, compra de votos para todo e qualquer tipo de ato, lei e decretos no Congresso Nacional, vemos compra de votos até para elegermos esses nossos representantes. Vemos leis infames, quando o que é para ser aprovado para o bem do POVO BRASILEIRO não é de fato aprovado. Um exemplo clássico é a hipossuficiencia de leis ambientais para evitar desmatamentos e quaisquer outros danos ao meio ambiente, isso acontece porque a grande maioria dos NOSSOS REPRESENTANTES são os que mais causam danos, para que eles iriam aprovar algo que prejudicaria eles???

E onde está o brasileiro para protestar contra essas atitudes hediondas contra nosso Brasil??? Possivelmente em suas casas, pensando "e daí? Não estou sendo afetado". Podemos não estar sendo afetados por enquanto, mas e quanto ao nosso moral? Quanto a nossa honra de brasileiros? Quanto a nossa cidadania? Ah sim, havia me esquecido de comentar a respeito do que anda tocando ultimamente... Hoje temos fortes músicas de grandes impactos sociais... Permitam-me citar "Créu" é o que acontece com os brasileiros ultimamente... "Rebolation" é o que temos que fazer sobrevivermos sem a ajuda de NOSSOS REPRESENTANTES... Sem contar aquelas com claras apologias sexuais... A música que eu me referi no inicio não é dos grandes poetas da década de 80, como Cazuza, Renato Russo e outros... É um axé tocado pela banda Chiclete com Banana chamada Fé Brasileira. Quem me conhece deve estar se perguntando o porque eu estaria ouvindo um axé da década de 80... Mas quem me conhece sabe que uma das coisas que aprecio em primeiro lugar em uma música é a letra e essa tem uma letra perfeita conforme transcrevi abaixo:

"Vendo rolar o suor no rosto brasileiro

Vou dizer do coração

Sou da América Latina e não sou estrangeiro pra cantar essa canção

Verde, amarelo, tenho a fé brasileira

Sei o que quero, tenho a minha paixão

Sou brasileiro, sacudindo a poeira

Ainda levando a fé para o coração

Encara Brasil, não me deixe na mão

Eu amo você

Quero sentir teu calor

Pra que o sol e a liberdade possam ter

A esperança perdida de um povo guerreiro

Que luta por nosso Brasil

Um Brasil brasileiro

Se liga Brasil

Eu sou brasileiro"

Esse ano de 2010 iremos eleger nossos representantes, "novas" pessoas que irão governar nosso Brasil pelos próximos 4 anos. Na mídia já vemos em pequenos comerciais falando da conscientização que nós eleitores temos que ter ao eleger nossos governantes. Será que a mídia não poderia voltar essa mensagem para os futuros candidatos, na ideia de conscientizar os politicos sobre como governar com dignidade? Será que nós meros cidadãos, meros eleitores, não podemos conscientizar nossos candidatos? Não adianta fazer protestos de votar em BRANCO ou NULO, isso pro nosso sistema eleitoral de nada vale, temos é que de fato escolher alguem digno, cobrar dele o compromisso, "apontar o dedo na cara dele" e mostrar as falhas, mas também devemos congratulá-lo com os acertos. Mas não adianta 2 coisas erradas e 1 certa para nos calar, temos que estar sempre em cima, cobrando, mostrando que nossos titulos de eleitores não são apenas documentos que usamos apenas para votar, mas sim uma das maiores "armas" que temos em nossas mãos.

Vamos mostrar a força e a fé brasileira, não falo isso para ir para Brasília, marchar e pedir a saída de todos do Senado e da Câmara dos Deputados. Pelo menos que começamos a fazer isso em nossa cidade, pois é começando de baixo que alcaçamos os grandes objetivos. Porque não irmos há uma reunião dos vereadores, sugerir alguns projetos de leis, sugerir melhorias para a nossa cidade. Mostrar com isso quem somos, o que queremos e como queremos. Pois não adianta querer criticarmos algo e não sugerir algo melhor. Somos brasileiros e somos capazes disso.

Acho que me expressei até demais com isso, mas mostra que uma pequena coisa como uma música simples, nos faz pensar em diversas coisas, em como deixamos pequenas atitudes de lado... E vamos percebendo bem aos poucos o reflexo disso tudo em nossa sociedade e em nosso país.

Espero que minhas opiniões aqui expressas possam ter feito vcs pensarem e estamos abertos a discussões sobre como agirmos em nossa cidade, nosso estado e no nosso BRASIL.

(Rafael Vitoreti)